terça-feira, 25 de agosto de 2009

Para onde havemos de ir? - Parte II

Não é nada fácil reaprender a andar com nossas próprias pernas. Portanto, ao chegarmos a modestas conclusões sem o apoio de uma organização religiosa, é essencial que aprendamos, nesse momento, a respeitar sinceramente os que defendem suas crenças a fim de evitarmos os laços de uma possível intolerância "religiosa".


Não saio a fazer prosélitos. Não quero usar minhas crenças pessoais para confinar pessoas em um rebanho especialmente escolhido, agraciado com a Salvação Eterna. Como já mostrei nos parágrafos anteriores, não acredito que Deus esteja "chamando" pessoas desse modo, típico expediente usado pelas religiões em geral.

E a resposta para as questões fundamentais, tais como de onde viemos e para onde vamos? Não deveria a religião, que se diz verdadeira, respondê-las? Um amigo meu, Testemunha de Jeová, escreveu para a lista "Testemunhas".

Sobre EM QUE acreditar ou AONDE ir em busca das respostas fundamentais sobre a vida:

"É mister lembrar que estas questões, em última análise, são bem irrespondíveis - no sentido de que as respostas variarão em função de uma série de fatores, a saber, a personalidade da pessoa, a evidência disponível a ela e, principalmente a CULTURA a que ela pertence. Por exemplo, tivesse você nascido na China (ou Japão), com altíssima probabilidade você seria budista (Taoísta ou quem sabe adepto das filosofias de Confúcio) e estaria encontrando "as respostas" no pensamento de Buda. Fosse você nascido na populosa Índia, teria à sua disposição o hinduísmo como fonte das "respostas". Ou, quem sabe, tendo florescido no solo iraniano, teria encontrado estas mesmas "respostas" como muçulmano xiita. Por outro lado, sendo iraquiano, muitíssimo provavelmente você seria um muçulmano sunita e buscaria as "respostas" no Alcorão. Asseguro-lhe que, em qualquer um destes países anteriormente mencionados, ser-lhe-ia ALTAMENTE IMPROVÁVEL a busca de uma religião cristã como forma de encontrar as "respostas". Se a igreja católica é minoria nestes países, imagine o que dizer da Watchtower! Tendo você sido gerado em solo ocidental, esteve exposto à formação cristã e recorreu ao cristianismo em busca de "respostas". "

Eis uma outra razão pela qual não escrevo presunçosamente sobre uma nova opção de religião. Eis mais um motivo pelo qual não pretendo JAMAIS fundar nem mais pertencer a uma religião, principalmente uma do tipo que ouse se auto-eleger como "A Verdade".
Pessoas em geral, mesmo as Testemunhas de Jeová que se dizem possuidoras da "Verdade" ou como "estando na verdade há X tempo", debatem-se nas mesmas questões fundamentais ou se conformam com respostas simplistas. Mas mesmo neste último caso, nem sempre aceitam tudo que se lhes é dito por meio de sua agência "autorizada" de informações, seu Corpo Governante; muitos escondem suas dúvidas com medo de represálias e estigmas habituais do tipo "irmão fraco na fé".

Obviamente, algumas respostas básicas são dadas na Bíblia e essas deveriam bastar. (Romanos 15:4) No entanto, as pessoas preferem digladiar e afastar-se uma das outras por dar excessiva importância a doutrinas e crenças do tipo: há inferno ou não? A alma é imortal ou não? Vamos para o paraíso no céu (Heb. 11:13-16) ou para um paraíso terrestre (Salmos 37:11)? Etc. Não buscam deixar os destinos de suas vidas nas mãos de Deus e por causa de crenças fabricadas por homens e de centenas de milhares de interpretações diferentes da Bíblia ou até de outros livros considerados "sagrados", a humanidade tem presenciado a proliferação de seitas sectárias, dogmáticas, fundamentalistas, e assim por diante.

Percebemos que as religiões, que no início parecem dar todas as respostas, não conseguem resolver todas as questões existenciais de modo satisfatório e plenamente convincente.

Quando reflicto em quão desapontadora e grandemente dolorosa foi minha experiência com a Torre de Vigia ao descobrir que as afirmativas dela de ser a "Adoração Verdadeira" (título esse que apenas evoca e perpetua a presunção de homens que se consideram especialmente "orientados por espírito santo"), sinto uma profunda empatia e preocupação por cada pessoa que ainda poderá descobrir isso. Admito que, seria melhor para tal pessoa nunca tê-la conhecido nem tê-la servido. Para mim, foi uma penosa e aflitiva constatação, pois desejava ter encontrado as respostas para a existência humana nessa ovacionada "verdade" das Testemunhas de Jeová. Felizmente, para consolo e minimização dos anseios e sofrimentos do espírito humano, a Bíblia, a Palavra de Deus, mostra-se nestes casos, eterna fonte de encorajamento e esperança segura. (Rom. 15:4)


De qualquer forma, é reconfortante usar as duras lições aprendidas para tentar ajudar outras pessoas a livrar-se ou afrouxar os grilhões escravizadores das religiões que lhes sufocam com suas cargas pesadas.

Na maioria dos casos, mesmo para os mais crédulos, tais "religiões verdadeiras" lhes tosquiam muito mais do que lhes apascentam. (Mateus 23)


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